Apesar do termo “habilidade socioemocional” ser recente, a ideia de trabalhar as emoções e relações pessoais das crianças é algo que acontece nas escolas há muitos anos.
Então, por que estamos falando tanto sobre a inteligência emocional na educação?
Inicialmente, precisamos entender que uma educação de qualidade considera a formação integral dos alunos, indo além dos conteúdos e aprendizagens cognitivas. Para que isso aconteça, é necessário tornar o desenvolvimento socioemocional intencional. E é essa intencionalidade que está em pauta. São habilidades possíveis de aprender, praticar e ensinar.
Afinal, o que são habilidades socioemocionais?
As competências socioemocionais consideram dois comportamentos do indivíduo: a relação intrapessoal (ele com ele mesmo) e a relação interpessoal (com outras pessoas).
Ou seja, é esperado que as crianças e jovens sejam capazes de compreender e lidar com as emoções e, portanto, de construir relações mais respeitosas e saudáveis. Outro ponto importante a ser considerado é que o desenvolvimento intelectual está altamente atrelado às habilidades emocionais.
Apesar de atuarem em campos distintos, é importante lembrar que tudo isso faz parte do desenvolvimento integral do indivíduo, tanto o socioemocional, quanto o cognitivo.
As dimensões socioemocionais
Segundo Lewis Goldberg, criador da Teoria do Big Five, podemos separar as habilidades socioemocionais em 5 dimensões:
– Abertura a novas experiências: abrir-se para o desconhecido e arriscar-se fora da zona de conforto é essencial para um mundo que está em constante transformação. Essa dimensão socioemocional é fundamental para desenvolver indivíduos criativos, imaginativos, curiosos e com amplos interesses.
– Consciência: ser consistente, organizado e esforçado em seus objetivos traz responsabilidade, autonomia e foco. É importante estimular que os alunos sejam consistentes para que não desistam ao enfrentar obstáculos.
– Extroversão: saber lidar com o mundo externo a si mesmo é uma das dimensões mais importantes das habilidades socioemocionais. Desenvolver a extroversão melhora a relação com o outro, a sociabilidade e a autoconfiança.
– Amabilidade: ser empático e cooperativo por princípio é uma das chaves para relações saudáveis e respeitosas. Desenvolver a amabilidade traz tolerância, simpatia, objetividade e altruísmo. Esta dimensão é um dos grandes pilares para prevenir o bullying.
– Estabilidade emocional: entender seus sentimentos e gatilhos é essencial para a estabilidade emocional. Mudanças bruscas de humor afastam e afetam negativamente nossa relação com o mundo (e com as pessoas). A estabilidade emocional traz tranquilidade, leveza, controle de impulsividade e autoconfiança.
Lembre-se: é importante desenvolver todas as áreas de habilidades socioemocionais de forma simultânea e equilibrada.
Por fim, podemos concluir que o as habilidades socioemocionais são essenciais para o autoconhecimento, autorregulação e para as relações com outros indivíduos. Vale ressaltar também que para além do desenvolvimento pessoal, a inteligência emocional interfere diretamente no impacto que cada indivíduo tem no mundo.