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Depressão em adolescentes: vamos falar disso abertamente?

Conhecer os sintomas é o primeiro passo para ajudar jovens com essa condição

 A depressão é uma patologia que pode se apresentar na infância e adolescência, com severas consequências ao desenvolvimento acadêmico, cognitivo, emocional e social.

Anteriormente considerado um problema exclusivo de adultos, o distúrbio ainda segue cercado de preconceitos, o que dificulta seu combate e a disseminação de informações precisas a quem necessita de ajuda. 

 O quadro vem crescendo no país: o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em 3 anos, um aumento de 115% nos atendimentos relacionados à depressão em adolescentes brasileiros. 

 O primeiro passo para tratar da depressão é identificar seus sintomas. A família e a escola são alguns dos ambientes com maior influência sobre a saúde mental dos adolescentes. Cabe a eles monitorar e tentar discernir o que são momentos de tristeza ou desânimo e quando há um quadro depressivo se formando ou já consolidado. Neste momento, é hora de buscar auxílio profissional para aliviar o sofrimento do jovem. 

Sintomas da depressão em adolescentes

 Os sintomas da depressão em adolescentes são muitos similares aos encontrados nos adultos. Irritação, inquietude e agressividade, que levam à recusa da participação em encontros familiares e aumentam o isolamento. 

 A anedonia (apatia ou perda da capacidade de sentir prazer) passa a influenciar diretamente o dia a dia. Em quadros mais severos, a depressão pode levar o adolescente a transgressões, quadros de agressividade e falta de limites, que geram mais problemas a serem administrados pela família.

 Muitas vezes, o quadro depressivo está diretamente relacionado ao ambiente em que o adolescente está inserido, principalmente, ambientes disfuncionais, com pouco suporte emocional.

Quais são os prejuízos da depressão na adolescência?

 Os prejuízos associados à depressão em adolescentes podem ser notados logo após o aparecimento dos primeiros sintomas. 

A dificuldade de se concentrar tem impacto imediato na vida escolar, prejudicando ainda mais adolescentes em fase de vestibular, ocasionando alta dose de estresse, acentuando a irritabilidade e o sono em excesso. O adolescente também passa a se privar de buscar atividades prazerosas, reforçando um ciclo vicioso e nocivo ao próprio bem-estar.

 Alguns adolescentes apresentam lentidão no desenvolvimento psicomotor durante quadros depressivos, o que também tem influência direta no processo de estudo e na aprendizagem.

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Tratamento

Assim como em outros distúrbios que interferem na aprendizagem, a intervenção precoce consegue contribuir para a melhora do quadro de depressão em adolescentes. O tratamento clínico inclui psicoterapia e, quando necessário, medicamentos escolhidos de acordo com o quadro do adolescente.

 Atividades esportivas também têm importância para o tratamento e, quando realizadas em grupo, representam um aumento na sociabilidade importante para combater sintomas depressivos.

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Abordagem na escola

 O tratamento psicoterápico, além do atendimento clínico feito por meio de remédios e com acompanhamento médico, mostra-se como a escolha indicada para fazer frente aos desafios. Além destes, a escola deve criar estratégias para trabalhar o autocontrole, ressaltando as conquistas positivas e o progresso do adolescente. 

 A dinâmica de manejar conflitos, enfatizar as habilidades sociais e reforçar os acertos são muito importantes. Justamente por isso, as escolas que possuem em seu corpo profissionais de diferentes áreas – psicopedagogos, psicólogos, professores especialistas – estão mais preparadas para lidar com as questões emocionais que emergem no âmbito escolar.

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